ATENDIMENTO NEUROLÓGICO DIFÍCIL

Criança de três anos não consegue consulta com neurologista 

Em Dom Eliseu setor de 
agendamento para atendimento 
especializado em Marabá 
dificulta encaminhamento 

WALQUER CARNEIRO


Em Dom Eliseu a demanda por atendimento médico especializado causa aflição na parcela da população que precisa recorrer ao atendimento do serviço público municipal de saúde, pois o município não conta com uma estrutura que ofereça médicos em áreas especializadas. Assim a Senhora Regina Alves Silva, que vive em situação de risco social, passou por uma via crucis na tentativa de conseguir um encaminhamento ao neurologista no Hospital Regional de Marabá.

Regina é casada e tem duas filhas pequenas, uma de quatro meses, e outra, Ana Vitória, de 3 anos, nascida prematuramente e com distúrbios de comportamento, requerendo atenção integral da mãe e do pai. A sua luta começou em 22 de novembro de 2011, quando Regina levou Ana Vitória para avaliação de um clínico geral, Dr. Fernando Pereira, proprietário de uma clínica particular, que atende como voluntário na Pastoral da Criança. Ele solicitou a avaliação de um neurologista, mas a mãe até hoje não conseguiu agendamento que é feito através da secretaria de saúde. “Desde que o Dr. Fernando olhou minha filha eu já fui umas três vezes na secretaria tentar agendar atendimento, mas não consegui”, desabafou Regina que durante esse tempo viu outras pessoas serem encaminhadas para o mesmo especialista que ela necessitava. O que Regina não sabia, e ninguém do setor avisou a ela, é que para encaminhamento especializado era necessário a avaliação de um médico da saúde pública do município. 
 
Depois de muita tentativa Regina resolveu, no dia 14 de fevereiro, procurar o conselho tutelar que a colocou em contato com o psicólogo do Creas, Dr. Reginaldo Porto. Ele considerou a situação requerendo que um médico clínico geral da saúde pública municipal emitisse uma ficha de referenciamento, e no dia 16 Regina obteve o pedido de referenciamento emitido pela Dra. Jamile Pereira Silva, com o qual a mãe foi até o setor de agendamento onde ela foi orientada a retornar no dia 24, data em que o sistema do regional é liberado para dez agendamentos com o neurologista.

Regina era a número oito na fila de atendimento naquele dia, porém ela não recebeu o encaminhamento. “Eu pensei que iria ser atendida naquele dia, mas, quando fui ver, as fichas de agendamento já tinham se acabado”, contou Regina que resolveu procurar a reportagem para denunciar a negligência, pois de acordo com ela duas pessoas que não estavam na fila foram atendidas antes dela.

A secretária de saúde de Dom Eliseu, Eliana Deprá, informou que não há registros de Regina ter procurado o setor de agendamento antes do dia 24, e que o procedimento da atendente é orientar os pacientes a procurar uma unidade municipal de saúde para que seja emitida uma ficha de referência, mas não esclareceu porque Regina não foi atendida no dia marcado. O agendamento só foi concretizado após a reportagem interferir no caso. A Secretária Eliana garantiu que no memento em que o sistema do regional em Marabá for liberado Regina será encaminhada, com Ana Vitória, ao neurologista
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