VINTE MILHÕES PARA PAVIMENTAÇÃO

Convênio com a Caixa possibilitará empréstimo

Apesar da necessidade de 
pavimentação a pergunta que fica 
é a que se o município tem capacidade 
de endividamento para tal investimento 

WALQUER CARNEIRO 

Nesta segunda-feira, 27, aconteceu uma reunião extraordinária na câmara de vereadores de Dom Eliseu. A sessão ocorreu a partir das 9h30m cuja pauta foi a votação do Projeto de Lei 007/2013 onde o prefeito Joaquim Nogueira Neto solicita autorização aos vereadores para conveniar, com a Caixa Econômica, um empréstimo cuja destinação será a pavimentação de 20 quilômetros de ruas urbanas no município. 

O projeto 007/2013 deu entrada na câmara no dia 21 em regime de urgência, quando foi lido e distribuída cópias para os vereadores, sendo na ocasião solicitada que as comissões apreciassem com celeridade a matéria. 

Nesta segunda-feira foi feita a leitura dos pareceres das comissões, sendo que a vereadora Claudia Mavesk pediu vistas ao projeto alegando que pela importância do mesmo seria necessário mais tempo para que os vereadores avaliassem o impacto de tal projeto na economia municipal. O pedido de vistas foi negado.

O vereador Genilsom Cavalcante, presidente da câmara, explicou que a urgência na votação do projeto se deu em decorrência de que o município tomou conhecimento da possibilidade de conveniar empréstimos para infra estrutura somente a poucos dias do prazo limite para apresentar a documentação necessária, prazo esse que finda no dia 31 de maio. 

A aprovação do projeto 007/2013 não quer dizer que a Caixa irá liberar automaticamente o empréstimo que, de acordo com o projeto, poderá ser de até 20 milhões de reais. O projeto é apenas mais um documento exigido pela Caixa para compor a relação de documentos que a prefeitura tem que apresentar para a instituição financeira que fará um estudo minucioso das condições financeiras do município de Dom Eliseu, o poder de endividamento e a capacidade de parcelamento, e após a avaliação a equipe técnica da Caixa irá decidir se libera ou não o recurso para a pavimentação das ruas de Dom Eliseu, que se liberado poderá ser usado a partir de 2014. 



O empréstimo é a forma que o governo municipal encontrou para tentar resolver uma grave situação do município que são ruas sem pavimentação, sendo esta uma demanda recorrente da população que sofre ora com a lama, ora com a poeira, mas para o vereador Daniel Andrade e Pedro Mesquita apesar da necessidade de pavimentação para melhorar a qualidade de vida dos moradores de Dom Eliseu os valores do empréstimo poderá comprometer profundamente as finanças do município por muitos anos.

PROFESSOR É DIAMANTE

Tem muita pedra ordinária dentro da sala de aula

Diminuir salários é uma opção simplista, 
o certo seria se empenhar em 
elaborar projetos para melhorar a 
capacidade do professor do município

WALQUER CARNEIRO 

A partir da promulgação da constituição de 1988 aumentou a demanda por professores para a rede pública de ensino, a partir do meado de década de 90 os municípios foram obrigados construir mais escolas e ampliar as vagas. 

Essa demanda levou os municípios a elaborar planos de qualificação de pessoas sem tempo de usar critérios para selecionar os melhores, e por isso vemos as condições atuais da categoria dos professores que reflete na qualidade dos estudantes formados na rede pública municipal de educação, sendo que, invariavelmente, parte deste, futuramente, estará em sala de aulas ensinando. 

Repassar conhecimento é a principal função dos professores. Essa atividade, em todas as épocas, sempre foi muito respeitada, mas nunca devidamente valorizada, tanto por aqueles que são estudantes como pelas autoridades e pela sociedade em geral. Quando digo valorizado não falo apenas de dinheiro, mas, sobretudo hoje, se vê a total ausência de políticas públicas voltadas a motivar e preparar pessoas para exercer a função de professor. 

Os estudantes nunca se preocupam em saber se o que o professor recebe pelo trabalho que efetua é o suficiente para ele sobreviver com dignidade. As autoridades sempre acredita que os professores estão sendo bêm remunerados, e para a sociedade em geral o professor é um ser invisível. E essa atitude de pouco caso com esse ofício faz com que seja dificultada a reflexão sobre a qualidade do profissional que temos em sala de aulas hoje. 

Mas a pesar de tudo o ofício de professor é uma profissão nobre, e um profissional de excelência é muito raro, sendo que os melhores estão servindo na educação do setor privado. 

Um amigo me confidenciou que desistiu de ser professor por conta de uma minoria de estudantes que não quer aprender e acaba atrapalhando a maioria que quer aprender. São as afamadas turma do fundão. Mas ele, que concluiu o ensino médio e cursou o magistério, teve a felicidade de contribuir para formar duas dezenas de pessoas. Pois ele cumpriu um estágio num programa de alfabetização solidária em 2000. No grupo de estudantes adultos um deles é lembrado com carinho, pois era uma pessoa totalmente analfabeta e totalmente desmotivada para o aprendizado e que hoje está cursando o terceiro ano do ensino médio. 

Educar é como garimpar pedras preciosas em um rio. Dos 100% que entra na bateia apenas 1% é diamante de qualidade, mas se quem está segurando a bateia não prestar atenção há a possibilidade de passar pedras que não correspondem á qualidade necessária. E no caso da formação de professores no Brasil há muitas pedras ordinárias assumindo um cargo que deveria ser de um diamante de qualidade. 

Meu amigo hoje trabalha na área de mecânica pesada, um trabalho fisicamente estafante, mas na sua área ele é uma dos mais respeitados de Dom Eliseu. Meu amigo me disse que não concorda com a mobilização dos professores em relação a perda salarial, pois na concepção dele a maioria dos professores estão totalmente despreparados para exercer a profissão e não fazem por merecer o salário que tinham. Ele me disse: “Esse são aqueles que quando são convocados para a mobilização se escondem e apenas esperam o resultado”. Meu amigo percebeu que os professores que reivindicam são aqueles que estão mais preparados, uma minoria.

Meu amigo, usando da honestidade de caráter não deu continuidade ao ofício de professor, pois ele percebeu que não conseguiria ser diamante e que como pedra ordinária poderia ser um colaborador, no plano inconsciente, para prejudicar a qualidade da educação municipal. Essa má qualidade foi um dos fatores a justificar a atitude de oito vereadores em aprovar a diminuição de salários dos professores de Dom Eliseu.

DOCUMENTOS DE IDENTIDADE


Governo do Pará dificulta a emissão em Dom Eliseu 

Acesso a documentos de identificação é 
um direito constitucional para o cidadão, 
mas o governo do Pará 
não está garantindo este benefício 

WALQUER CARNEIRO


A falta de compromisso do governo Simão Jatene com as causas sociais para com o povo do estado do Pará fica cada vez mais manifesta com o passar do tempo, e uma clara evidência dessa falta de compromisso é a demora em disponibilizar recursos e ferramentas para a emissão de documento de identificação para a população de Dom Eliseu. 

Em Dom Eliseu já faz um ano que o cidadão não consegue ter acesso a primeira e segunda vias de documentos como identidade e carteira profissional, fato que está causando constrangimento às pessoas que têm que sair para municípios do estado do Maranhão para ter o direito a tirar o documento de identificação. 

CARTEIRA DE IDENTIDADE 

De acordo com informações da Secretaria Municipal de Assistência Social não é Dom Eliseu que está sofrendo com esse problema, todos os municípios do estado do Pará estão passando por situação semelhante porque o governo do estado não está enviando material para a confecção de carteira profissional. O problema se deu porque a empresa que venceu a licitação para fornecer o material para a confecção e emissão de carteira de trabalho foi impedida disponibilizar o material, e não há nenhuma previsão para que haja a disponibilidade de cédulas para carteira de identidade. 

CARTEIRA PROFISSIONAL

Para a emissão de carteira profissional é necessário a instalação de um sistema informatizado, pois a partir de agora a emissão de carteira de trabalho será feita por meio de um programa de computador. Mas, por incrível que pereça o governo do estado dispõe de apenas um técnico capaz de instalar os equipamentos e o programa nos computadores, mas esse técnico só vai aos municípios aos finais de semana, e Dom Eliseu é o octogésimo município em uma lista de 143. A equipe de servidores do setor de identificação de Dom Eliseu já fizeram o curso de capacitação para operar o novo sistema de emissão de carteira de trabalho, e agora resta esperar.

80 MIL PARA PRÓ JOVEM RURAL


Vereador do PT quer saber como foi aplicado recurso 

Sem apoio dos seus pares na câmara 
o vereador Pedro Mesquita (PT) busca 
o amparo do ministério público 
para fiscalizar a aplicação do recurso 

WALQUER CARNEIRO


VEREADOR PEDRO MESQUITA QUER SABER COMO FOI APLICADO OS 80 MIL REAIS 

Recentemente ficou evidente a falta de transparência do governo municipal de Dom Eliseu no trato com a verba pública aplicada na educação pública. Desta feita a suspeita recai sobre o uso de dinheiro que teria que ser aplicado no Programa Pró Jovem Rural em Dom Eliseu. 

A suspeita surgiu por indícios revelados pelos próprios estudantes que relataram não estarem recebendo o valor da bolsa estipulado pelo programa, e a presença de um técnico para apoiar o programa que nunca apareceu de acordo com informações dos estudantes. 

De acordo com o vereador Professor Pedro Mesquita (PT) há evidencias de que recursos na ordem de 80 mil reais que foram destinados a programa educacional para estudantes da zona rural não foram aplicados adequadamente. 

O vereador Pedro Mesquita, estranhamente, vem encontrando dificuldades em obter informações a respeito do Programa Pró Jovem Rural, pois durante 60 dias ele encaminhou ofício ao secretário de educação sem obter resposta positiva. “Para que o secretário de educação forneça as informações eu tenho que solicitar os documentos através de um requerimento que tem que ser aprovado pela maioria dos vereadores”, informou o vereador Professor Pedro Mesquita acreditando que o requerimento solicitando informações do Pró Jovem Rural não será aprovado. “Nós sabemos que a maioria absoluta dos vereadores, hoje, é governista e não vão aprovar um requerimento desses”, considerou o vereador. 

O vereador revelou que nem chegou a apresentar o requerimento para não perder tempo, pois de acordo com ele seria inútil tentar, sequer, argumentar com a base governista, pois tentativas anteriores foram em vão. “Eu tenho um propósito de defender a sociedade doa a quem doer, e parece que os nobres companheiros estão mais preocupados em defender o governo. Então o requerimento não será aprovado e nunca será encaminhado um pedido de prestação de contas oficial”, avaliou Pedro lembrando que foram diversas tentativas de diálogo com os governistas em relação ao projeto 004/2013 que diminuiu salários de professores. 

O Professor Pedro Mesquita ressaltou que a câmara de vereadores, utilizando a justificativa do regimento interno não lhe dá autonomia de exercer a sua prerrogativa de fiscal do povo e por isso irá buscar outros meios para obter informações. “Usa-se um mecanismo do regimento interno, que, aliás, só serve para em casos como esse, e quando é para beneficiar a comunidade ele não se aplica, e assim a gente vai procurar outros meios”, disse. 

Diante da resistência do secretário de educação em esclarecer a aplicação dos 80 mil reais e da blindagem dos vereadores da base governista em defesa do não esclarecimento o vereador Professor Pedro Mesquita resolveu então buscar o auxílio do ministério público federal para exigir que as informações sejam repassadas. “Eu sei que o ministério público é os olhos e o ouvido da sociedade e não requer e não precisa de requerimento”, finalizou o vereador.

MORTALIDADE INFANTIL

Após bolsa família caiu 17% 

A queda na morte de crianças menores de 5 anos,
entre 2004 e 2009, foi de 17%; estudo confirma
que o programa contribuiu para a redução
dos óbitos em decorrência da desnutrição

FONTE – PORTA 247
COM YARA AQUINO
REPÓRTER DA AGÊNCIA BRASIL




Ainda sob o impacto dos boatos que anunciaram o fim do programa Bolsa Família, governo apresenta pesquisa que associa uma forte redução nas taxas de mortalidade infantil aos efeitos práticos do programa

Uma pesquisa feita para avaliar os impactos do programa Bolsa Família nas taxas de mortalidade infantil mostra redução de 17% na mortalidade de crianças menores de 5 anos, entre 2004 e 2009. A pesquisa foi feita com dados de cerca de 50% dos municípios brasileiros e revela que o programa contribuiu, principalmente, para a redução dos óbitos em decorrência da desnutrição. A pesquisa registra que o Programa Saúde da Família também contribuiu para a queda dos números.

Conduzida pelo mestre em saúde comunitária da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Davide Rasella, com a participação de pesquisadores da instituição, a pesquisa teve seus resultados publicados pela revista The Lancet, periódico científico da área de saúde, com sede no Reino Unido.

Os dados apontam que a condicionalidade do Bolsa Família de determinar que as crianças estejam com o cartão de vacinação em dia foi um ponto importante, já que aumentou a cobertura de imunização contra doenças como sarampo e pólio. O aumento da renda das famílias beneficiadas, que ampliaram o acesso a alimentos e bens relacionados à saúde, também é citado. Esses fatores foram destacados pela ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.

"O Bolsa Família melhorou a alimentação das mães. Os estudos mostram que as família se dedicam a comprar comida com esses recursos e isso já é um elemento de alteração do padrão de vida da criança. Ter acompanhamento pré-natal também contribui muito porque a criança já é cuidada antes mesmo de nascer", disse.

A pesquisa aponta que o Programa Saúde da Família, que oferece atenção básica à saúde, teve papel na redução da mortalidade causada por doenças como diarreia e infecções respiratórias. A redução no número de grávidas que davam à luz sem receber atendimento pré-natal também foi registrada pela pesquisa.

"Os dois programas se complementam para evitar o adoecimento das crianças na primeira infância. É importante observar como uma pequena quantia de dinheiro pode ter tamanho benefício em relação à mortalidade infantil", avaliou Maurício Barreto, mestre em saúde comunitária e titular em epidemiologia do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA.

CRIANÇA É PAUTA DE BERNADETE

Convivência familiar e comunitária à crianças e adolescentes 

A deputada Ten Caten pretende mudar 
a ausência de políticas de 
incentivo a adoção de crianças 
abandonadas que estão em abrigos. 

FONTE - IMPRENSA ALEPA 

Os deputados aprovaram em 1º turno o projeto de lei que institui garantias do Estado de proteção e defesa, e de direito à convivência familiar e comunitária às crianças e adolescentes. O projeto é de autoria da deputada Bernadete Ten Caten (PT), e foi votado por unanimidade na sessão ordinária desta terça-feira (08.05). 

O projeto não recebeu oposição de nenhum parlamentar. Agora aguarda a votação em 2º turno e redação final, para ser remetido ao executivo sancionar como lei. A matéria foi incluída na pauta, tendo por base o artigo 111 da Constituição do Estado, que permite a inclusão na pauta depois de decorrido sessenta dias do recebimento do projeto, a pedido do autor, com ou sem parecer das Comissões. 

“A história social das famílias que tem menores abrigados, revela inúmeras dificuldades para proteger e educar esses filhos. Então, a minha proposta estabelece uma política estadual de proteção e defesa à criança e adolescente” disse. Para a deputada Bernadete o projeto pretende a integração de programas ações, desenvolvidas por órgãos governamentais nesta área, conectando-os ainda as ações desenvolvidas por organismos da sociedade civil. 

A deputada Ten Caten pretende mudar a ausência de políticas de incentivo a adoção de crianças abandonadas que estão em abrigos. “Hoje os critérios e desejos das famílias em só querer adotar crianças brancas de zero a dois anos prejudicam muitas crianças não incluídas nestes critérios, que estão ficando jovens ou quase adultas, jogadas em abrigos sem perspectivas”, avaliou.

FUTEBOL EM DOM ELISEU

Tem inicio mais um campeonato municipal

A partir de agora Dom Eliseu
vive mais uma jornada
futebolística reunindo
as equipes do município

DA REDAÇÃO DO BLOG


No sábado, 11, aconteceu o primeiro jogo da rodada do Campeonato Municipal de Futebol 2013 entre Real (azul) e Vasco de Vila Ligação (branco). O jogo ficou 0 a 0.

Neste sábado, dia 11, teve início mais um edição do campeonato municipal de futebol de Dom Eliseu. Os dois jogos iniciais aconteceram entre Real e Vasco, (sábado) e Hawai e Madernic no domingo, dia 12. 

O Campeonato Municipal de Futebol é organizado pela Liga Esportiva de Dom Eliseu e reúne equipes de Dom Eliseu, Vila Bela Vista e Vila Ligação, com os jogos acontecendo no Campo Federico Gomes Dias aos sábados e domingos a partir das 16:00 horas. 

Nesta primeira rodada ambos os jogos ficaram empatados, e o placar ficou da seguinte forma: 

Sábado, dia 11 – Real 0 e Vasco 0 

Domingo, dia 12 – Havai 1 e Madernic 1 

A segunda rodada acontecerá nos dias 18 e 19 com partidas previstas entre Planaltino e Dom Eliseu, no sábado, e Comercial e Botafogo no domingo.

O segundo jogo aconteceu no domingo, dia 12 entre Havai (vermelho) e Madernic (amarelo). O confronto terminou em 1 a 1.

SEM DÓ E NEM PIEDADE DO POVO

Capitalistas querem desemprego no Brasil 

Desemprego para baixar os salários
e juros mais altos para o povo consumir
menos e também engordar as
contas bancárias dos especuladores

EDITORIAL DO VERMELHO 


Além de expor as audácias da ganância da especulação financeira, as pressões sobre o governo pelo “desaquecimento” do mercado de trabalho como estratégia anti-inflacionária ajudam a entender também a natureza do capitalismo.

Agora, o jornal O Globo juntou-se, oficialmente, ao coro pelo aumento do desemprego e, em editorial publicado nesta sexta-feira (10), o diário da família Marinho foi explícito. “O momento é cada vez mais de escolhas do governo”, escreveu, condenando como eleitoreira “a tentação de manter o mercado de trabalho aquecido” e o quadro atual “de quase pleno emprego”, com “crescimento dos salários acima da produtividade”. Editorial publicado justamente no dia em que dados oficiais informam uma nova alta no emprego (0,2% em março, ante o mês de fevereiro), que reflete por sua vez a alta de 0,7% na produção industrial em março).

Crescimento que resulta da política adotada pelo governo, como tem repetido o ministro da Fazenda Guido Mantega, segundo o qual o Brasil enfrenta bem a crise internacional, com solidez fiscal, inflação sob controle, forte estímulo à economia e manutenção do emprego. “Tão ou mais importante que o PIB é a geração de empregos formais”, disse ele nesta quinta-feira (9) numa reunião com parlamentares.

O ministro reproduz garantias da própria presidenta Dilma Rousseff que, nas últimas semanas, tem insistido em combater o equívoco de economistas ligados ao mercado financeiro que defendem a redução do emprego para combater a inflação. “Tem quem diz por aí que nós temos que reduzir o emprego, porque como estamos é perigoso. Essas pessoas estão equivocadas”, disse Dilma, há um mês, na cerimônia de formatura de novos trabalhadores em Porto Alegre.

Em seu editorial desta sexta-feira, O Globo expõe a coleção de equívocos que move a especulação financeira. Além do aumento no desemprego, quer também a volta do aumento das taxas de juro pelo Banco Central, apostando em nova alta na próxima reunião do Copom.

É a receita ortodoxa, conservadora, completa: desemprego para baixar os salários e juros mais altos para o povo consumir menos e também engordar as contas bancárias dos especuladores.

A lição que este debate deixa em relação ao funcionamento do sistema capitalista é nítida. Neste sistema, a produção não existe para satisfazer as necessidades humanas mas para reproduzir e aumentar o capital.

Sob o capitalismo tudo é mercadoria, a começar pela força de trabalho, que o cálculo conservador encara apenas como um dos fatores da produção (e, no capitalismo, ela é o principal deles), desconsiderando que o portador dessa mercadoria viva são pessoas cujas necessidades de alimentação, alojamento, educação, saúde, lazer, são condizentes com o fato de serem seres humanos e não instrumentos ou insumos inanimados do processo de trabalho.

São pessoas cuja luta, em contradição direta com o capital que explora sua força de trabalho, exige sempre uma parcela maior na distribuição do resultado de seu trabalho. O resultado dessa luta é o avanço civilizacional que garante um patamar de mais liberdade e bem-estar para todos, e não apenas para a pequena minoria que monopoliza o capital e, com ele, a posse dos meios e instrumentos de produção.

Este é o fundamento da luta em curso, que opõe as pessoas, portadoras da força de trabalho que produz coisas novas, aos donos do capital. Os trabalhadores que, sendo fatores da produção por portarem o trabalho vivo necessário para colocar o capital em movimento, apresentam suas exigências ao capital, que é trabalho morto e acumulado que, sem o concurso do trabalho vivo, não sai do lugar nem produz sequer um grão de arroz de riqueza nova.

Neste embate, O Globo e os defensores do aumento do desemprego e dos juros como mecanismo de combate à inflação têm um lado definido: a defesa dos interesses do capital, sobretudo os privilégios de sua facção financeira e especulativa. Os trabalhadores, os empresários da produção, os democratas e os progressistas ficam do lado oposto e querem que a inflação seja controlada com mais produção e emprego, com mais renda e benefícios para o conjunto da população.

VIRA-LATAS DO CONTRA

Brasil na OMC, a diplomacia dos trabalhistas 

Defensores da política neo liberal 
são contra o protagonismo do 
governo brasileiro na 
economia e diplomacia internacional 

POR DAVIS SENA FILHO 
DO BLOG PALAVRA LIVRE 

O teólogo e filósofo Leonardo Boff certo dia chamou algumas pessoas que exercem atividades na academia universitária, no jornalismo e no meio empresarial de rola-bostas. Rola-bosta é um besouro africano que recolhe fezes de animais e age como uma ferramenta de limpeza da natureza, a exemplo dos urubus, dos chacais, das hienas, dos dragões-de-komodo, dos lorpas e pascácios e daqueles colonizados marcados na alma com um intangível complexo de vira-lata. 

Por seu turno, considerei perfeito o apelido dado por Boff, ainda mais quando se trata de definir os “especialistas” de prateleiras da Globo News e da CBN, por exemplo, além de colunistas e blogueiros de outros órgãos da imprensa de mercado, que, sem sombra de dúvida, tornaram-se, com dedicação canina, porta-vozes de seus patrões magnatas, que torcem contra o Brasil desde o ano de 1500, apesar de terem enriquecido aqui e não nas cortes às quais eles bajulam como cães sentados à espera de comer ossos. 

Os barões midiáticos, controladores de concessões públicas de diferentes mídias, bem como são os proprietários dos jornais e revistas mais poderosos do país. A categoria empresarial socialmente a mais atrasada e sempre a serviço de seus interesses pessoais e corporativos, o que a leva a se beneficiar e a usufruir de fartos recursos monetários, proporcionados pelo setor público e pelas grandes corporações privadas, que pagam a preço de ouro para veicularem propagandas em suas publicações e telas de televisores, entre outras ferramentas midiáticas. 

Boff tem razão quando apelida homens e mulheres da imprensa de negócios privados de rola-bostas, porque a verdade é que muitos deles são mais do que isto. Eles são os legítimos exemplares dos complexados anacrônicos, pois totalmente colonizados, pois seus DNA possuem princípios químicos intrinsecamente ligados à subserviência, à subalternidade, à baixíssima estima, à pusilanimidade e ao desprezo por tudo o que é do Brasil e o que ele representa, ao ponto de torcerem contra o seu povo e professarem a equivocada ideia de que estamos fadados ao fracasso, como se o Brasil e o seu presente e futuro fossem, nada mais e nada menos, a própria resignação dos derrotados e dos que se satisfazem em atuar em um papel secundário, quando os governantes que assumiram o país há 11 anos e os seus eleitores, que são a maioria dos brasileiros, querem o Brasil no papel de protagonista, em um mundo multipolar, e, portanto, pertencente a todas as nações. 

É dessa forma que o Itamaraty de “punhos de renda” e de perucas à moda Luís XV e Luís XVI se conduzia até o fim do Governo de FHC “I” – o Neoliberal –, também conhecido como o “Príncipe dos Sociólogos”, que, diferentemente do monarca francês Luís XVI, nunca foi guilhotinado, e, sim, paparicado pelos seus súditos encastelados na imprensa de mercado e nos meios acadêmicos aparentemente dominados por diplomatas e catedráticos conservadores, que adoram falar para a imprensa corporativa e alienígena, nos papéis de “especialistas”, cuja “especialidade” é não reconhecer os avanços e as conquistas da sociedade brasileira, e muito menos que os governos trabalhistas de Lula e de Dilma mudaram o Brasil. 

E o mudaram para melhor, inclusive no que concerne ao país ser respeitado pelo seu poder econômico e principalmente por sua atuação propositiva e assertiva junto aos mais importantes fóruns internacionais, retratados em ONU, OMC, OMS, OIT, Brics, G-20, OEA, Mercosul, Unasul e até mesmo no G-7 + 1 (Rússia), país este que abastece a Europa com gás e petróleo, dentre muitos outros produtos e por isto convidado a frequentar os “saraus” dos europeus ricos ocidentais de caráteres imperialistas e historicamente colonizadores. Sem o gás da Rússia, ficaria difícil para os europeus do G-7 aquecerem seus povos no inverno. Ponto. 

Celso Lafer tirou os sapatos e escancarou a subserviência da "elite" deste país. Mesmo assim a nossa “elite” preconceituosa e provinciana continua a torcer o nariz, porque esses herdeiros da escravidão continuam a desejar um país VIP, ou seja, para poucos se locupletarem com o que há de bom na vida, a exemplo de poder estudar em boas escolas e universidades, viajar, morar em casas confortáveis, ter bons empregos e acesso ao lazer e ao entretenimento, comprar roupas e calçados de qualidade, bem como ser atendido em bons hospitais, além de frequentar bons restaurantes., etc., etc., etc. São os brucutus ou trogloditas, que se disfarçam com uma fina película de civilidade, educação e fino trato, mas que na verdade se recusam a permitir que o Brasil seja independente, autônomo e justo, bem como o povo brasileiro seja definitivamente emancipado. 

As seis famílias controladoras das mídias de um país que é a sexta economia do mundo e logo será a quinta. O Brasil de 200 milhões de habitantes e que fica submetido aos capatazes, aos cães de guarda dos barões da imprensa, que manipulam o verbo e a verdade; escamoteiam os fatos e desdizem, malandramente, o que foi dito por aqueles que eles consideram seus inimigos, como ocorre, agora, com o governo de Dilma e ocorreu anteriormente com o governo de Lula, pois desacreditam, levianamente, as palavras e os propósitos de autoridades, como, recentemente, aconteceu no caso do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que afirmou ao Jornal Nacional que “a inflação está controlada, porque está dentro da meta, pois que a elevação e a especulação de preços de alguns produtos são de ordem sazonal, mas logo voltarão à normalidade”. 

William Bonner, editor-chefe e apresentador do JN, levanta as sobrancelhas e movimenta a cabeça, como a duvidar da autoridade fazendária e monetária, e, consequentemente, tentar desmoralizá-lo, com o propósito de disseminar dúvidas aos que assistem ao jornal, que no decorrer das décadas apoiou governos fascistas e entreguistas, bem como sonegou ou tergiversou sobre episódios como a Bomba do RioCentro, o escândalo Proconsult, que visou derrotar o candidato Leonel Brizola em 1982, as Diretas Já, o sequestro do empresário Abílio Diniz, cuja culpa recaiu, inacreditavelmente, sobre o PT, além da edição criminosa do último debate entre Lula e Collor, em 1989, que favoreceu o candidato da direita e das Organizações (?) Globo, dentre inúmeras manipulações e distorções dignas de serem efetivadas por gângsters. 

Agora, a pergunta que se recusa a se calar: quem o William Bonner pensa quem é para tratar em público o ministro Mantega como se ele fosse um mentiroso ou não soubesse o que estava a falar? Bonner, jornalista que edita um jornal de péssima qualidade editorial e que se recusa, terminantemente, a mostrar o verdadeiro Brasil, pode até duvidar do ministro entre os “seus” e até mesmo nas ruas, mas não pode e não deve emitir dúvida em um jornal que tem milhões de telespectadores e aproveitar para dar uma conotação leviana, talvez por saber que os irmãos Marinho, seus patrões, fazem oposição sistemática ao governo, sendo que um dos “ganchos” oposicionista é a inflação, que na verdade não passa do patamar dos 6,5% quando no governo do “príncipe” dos sociólogos FHC – o Neoliberal I – a inflação atingiu o índice de 12,5%, e nem por isso os cínicos das mídias faziam desse assunto um escarcéu cujo símbolo de tal desfaçatez é o tomate. Ponto. 

É a luta partidária em toda sua essência e volúpia, no que é relativo à imprensa beligerante e de tradição golpista tomar a frente da luta política no lugar dos partidos de oposição e de direita, exemplificados no PSDB, no DEM, no PPS e também no PSOL, que foram derrotados três vezes pelas forças trabalhistas e por isto contam com a adesão de setores conservadores do Estado nacional, que se transformaram indevidamente em uma oligarquia, como o STF, presidido pelo juiz Joaquim Barbosa, e pela PGR do procurador-geral Roberto Gurgel, aquele que sentou quase três anos em cima dos processos do bicheiro Carlinhos Cachoeira, correligionário e amigo pessoal do senador cassado Demóstenes Torres (DEM/GO), do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e dos editores de Veja, Policarpo Jr, e de Época (Globo), Eumano Silva. Nunca é tarde para lembrar esses fatos ao juiz e ao procurador, que até hoje não comentaram nada sobre as investigações e o julgamento do mensalão tucano. Temos o Judiciário dos dois pesos e duas medidas. 

Eis que para a desilusão da imprensa de negócios privados, o embaixador Roberto Azevêdo vence os países ricos e se torna o primeiro brasileiro e latino-americano a ocupar o importante e estratégico cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio – a OMC. A vitória não se traduz em uma vitória isolada, que contou apenas com o valoroso esforço desse notável brasileiro. A vitória de Azevêdo é muito maior do que consideram os que torcem contra o Brasil, e defendem, de forma subalterna e subserviente, os interesses dos países colonialistas. A vitória de Roberto Azevêdo é, sobretudo, a vitória da diplomacia brasileira, que experimentou uma revolução no governo Lula, por intermédio do atual ministro da Defesa, Celso Amorim, que comandou o Ministério das Relações Exteriores como nunca se viu antes, porque transformou a nossa diplomacia de “punhos de renda”, subserviente e desmoralizada, em uma diplomacia agressiva, pragmática, autônoma e independente, que cooperou, e muito, para que o Brasil praticamente se livrasse da crise internacional que derreteu as economias da região do Euro e puniu severamente economias poderosas, a exemplo dos EUA e do Japão. 

O Itamaraty que começou a se relacionar em termos regionais e geográficos com o hemisfério sul do planeta. O Brasil que se voltou, concretamente, para a África e a Ásia. O gigante sul-americano que transformou a China em seu principal parceiro comercial, a superar os EUA, que nos tempos dos diplomatas de “punhos de renda” de FHC – o Neoliberal I – determinava o que o Brasil deveria fazer, até mesmo não defender seus interesses na OMC e na OIT no que tange, por exemplo, aos subsídios praticados pelos países ricos, a fim de defender e privilegiar suas indústrias, agriculturas, ou seja, lá o que o valha. 

Lula e Celso Amorim riem da torcida contra, que deseja para o Brasil a subserviência. 

Essa é a verdade. A diplomacia tucana, uma das mais subservientes da história deste país, que só faltava usar perucas à moda Luís XV, casacas e sapatos altos. A diplomacia tão cara às nossas burguesias metidas a nobres, mas que na realidade não passam de oligarquias decrépitas, mumificadas pelo tempo, saudosas da escravidão e que até hoje pensam em Paris, Londres e Nova York como suas cortes, sendo que eles vivem, moram e ganham muito, mas muito dinheiro mesmo na província que eles, equivocadamente, chamam-na de Brasil. 

São de um nonsense ridículo, que dá pena, pois não compreendem que todos os países e suas respectivas sociedades começaram do nada, foram também subdesenvolvidos, muitos deles são da era atrasadíssima da Idade Média e que com o tempo se transformaram em nações desenvolvidas, apesar de terem se beneficiado da colonização, ou seja, da exploração total de outros povos e de suas riquezas, patrimônios e força de trabalho, esta última traduzida em escravidão. Como se percebe, os “desenvolvidos” têm esqueletos reais guardados em seus armários e uma dívida incomensurável com aqueles que eles exploraram e dizimaram. Ponto. 

O competente embaixador Roberto Azevêdo incomodou demais a nossa mídia alienígena, intelectualmente colonizada, que prefere como embaixadores seus “especialistas” de prateleiras nas pessoas de Olavo Setúbal (dono do Itaú), Abreu Sodré (Fundador da Operação Bandeirante – Oban), Francisco Rezek, Fernando Henrique Cardoso – o Neoliberal I – (sim, ele ficou sete meses à frente do Itamaraty), Luiz Felipe Lampreia (“especialista” de prateleira da Globo News) e Celso Lafer, símbolo maior da subserviência dos governos dos tucanos, pois tirou os sapatos no aeroporto de Nova York, a mando de um subalterno da segurança estadunidense. Nada tão mais tucano e com a cara da “elite” brasileira. 

A OMC é um dos órgãos internacionais mais importantes do planeta. A organização é responsável pela regulação e regulamentação do comércio internacional, além de contemporizar, avaliar e resolver os conflitos comerciais entre seus sócios. O Brasil, querendo ou não os que torcem contra, é um jogador importante desse tabuleiro de xadrez, no que é relativo aos embates e interesses comerciais de cada país. A eleição de Roberto Azevêdo é uma vitória, sim, dos governos trabalhistas de Lula e Dilma, que preconizaram o acesso de outros países, que não fossem somente os ricos, aos órgãos internacionais em termos de comando politico e administrativo. 

Celso Amorim, chanceler de Lula, ajudou a liderar a construção e a edificação de órgãos poderosos como o Brics, o G-20, bem como a concretização do Mercosul, que, desprovida de pena, enterrou a Alca, tão defendida pelos EUA e pelos nossos torcedores do contra em terras tupiniquins. Lula passou a falar alto e firme nos fóruns internacionais, a reivindicar, inclusive, uma cadeira para o Brasil no Conselho de Segurança da ONU. Um dia, mais cedo ou mais tarde, o Brasil vai ter a cadeira, porque o Conselho de Segurança é dos tempos do fim da 2ª Guerra Mundial, e vivemos em um mundo muito maior, mais rico, tecnológico, globalizado, populoso e com novos protagonistas, como o Brasil, que também é, vale lembrar aos lorpas e pascácios, vencedor da 2ª Guerra. Aliás, o Brasil é o único latino-americano que enviou tropas para a grande guerra. E depois tem gente que não estuda direito para falar mal de Getúlio Vargas, que, para mim, é um verdadeiro gênio. 

A vitória de Roberto Azevêdo é, antes de tudo, a vitória do Brics, dos países emergentes, com forte apoio dos países pobres, mas que desejam uma nova ordem internacional, onde não apenas os estadunidenses, os europeus ocidentais, os canadenses, australianos e japoneses se locupletem e seus povos vivam uma vida repleta de realizações, confortáveis, enquanto a maioria do planeta tem de viver à míngua, a enfrentar crises políticas, econômicas, doenças, fome, guerras, rebeliões, invasões militares, a ter muitas vezes à frente da opressão e da violência os seus próprios governantes, patrocinados e promovidos pelas potências ocidentais, que têm interesses geopolíticos e econômicos em inúmeros países e por isso financiam todo tipo de barbaridade, com a finalidade de manter intactos os interesses do establishment. 

O Brasil atingiu um patamar elevado, a partir da ascensão de Lula ao poder. Celso Amorim abriu as veredas, e seu sucessor, chanceler Antônio Patriota, está a asfaltá-las. Não interessa aos EUA o Brasil ser autônomo e independente, mas a realidade é que sua política externa o é, como foi comprovado com o esvaziamento do golpe no Paraguai e sua posterior punição na Unasul e no Mercosul, bem como no episódio das eleições da Venezuela quando o EUA pediram a averiguação dos votos e o Brasil, sem vacilar e prontamente, reconheceu a vitória de Nicolás Maduro e a derrota do magnata, Henrique Capriles, filho da terceira família mais rica do país bolivariano. 

A má intenção da Secretaria de Estado dos EUA foi esvaziada, e a ordem constitucional e institucional na Venezuela preservada. A conquista da Diretoria-Geral da OMC, repito, sedimenta a vitória do Brasil em âmbito diplomático e se expande aos países emergentes, ao Mercosul, aos africanos, aos árabes e aos asiáticos. A imprensa burguesa brasileira, medíocre, golpista e porta-voz dos interesses dos países ricos vai ter de engolir a derrota do mexicano Hermínio Blanco, candidato apoiado pelos ricos. A eleição contou com a presença dos 159 países membros da OMC, o que valoriza ainda mais a vitória do brasileiro. O Brasil vai ocupar seu lugar de protagonista, querendo ou não os colonizados e subservientes que teimam em viver nesses pagos verdes e amarelos, afinal a recessão mundial tem de acabar. A torcida do contra perdeu de novo, e o Leonardo Boff tem razão. É Isso aí.

CAPITALISMO PROMOVE POBREZA

Como os bancos lucram com a fome do mundo

Alguém é absolutamente pobre quando tem
a renda per capita inferior a US$ 1,25 por dia:
mais ou menos R$ 2,50, ou seja, 75 reais ao mês.
É possível viver com esse dinheiro?

MAURO SANTAYANA
NO JORNAL DO BRASIL

A insuspeita Fundação Gates divulgou interessante estudo sobre o controle dos preços dos alimentos pelos bancos, por intermédio dos fundos especulativos (hedge). Da mesma forma que os bancos atuam no mercado derivativo com as primes do mercado imobiliário, fazem-no com os estoques de alimentos, o que aumenta espantosamente os preços da comida, sem que os produtores se beneficiem. Um exemplo, citado pelo estudo, que tem o título sugestivo de People die from hunger while banks make a killing on food — as pessoas morrem de fome, enquanto os bancos se enriquecem de repente, especulando com os alimentos. 

Como exemplo, o estudo cita o Fundo Armajaro, da Grã-Bretanha, que comprou 240 mil toneladas de cacau (7% da produção mundial) e as reteve até obter o maior preço da mercadoria nos últimos 33 anos. “Os preços do trigo, do milho e do arroz têm subido significativamente, mas isso nada tem a ver com os níveis de estoque ou das colheitas e, sim, com os traders, que controlam as informações e especulam no mercado” — conforme Olivier de Schutter, relator das Nações Unidas sobre o Direito à Alimentação. Os neoliberais sempre usam o argumento canalha de que o único caminho rumo ao enriquecimento geral e à igualdade é a do mercado sem nenhum controle do Estado, dentro da fórmula de Mme. Thatcher: o pobre que quiser viver melhor, que se vire. A senhora Francine Mestrum, em seu estudo, contradiz a falácia: “Em primeiro lugar, a transferência direta de recursos, que Lula iniciou no Brasil, provou ser efetiva ajuda direta aos extremamente pobres para irem adiante, em busca de empregos; ou para criarem seu próprio emprego; para melhorarem os padrões de saúde e reduzir o trabalho infantil. Este é o principal argumento para o desenvolvimento desses sistemas, e o próprio Banco Mundial os endossa”. 

Como sabemos, são vários os países em desenvolvimento que adotaram iniciativas semelhantes. Enquanto a Alemanha obriga os países europeus a cortarem até o osso seus orçamentos sociais — deixando como saldo o aumento espantoso do número de suicídios ou das pessoas mortas por falta de assistência médica do Estado e, a cada dia, mais trabalhadores obrigados a buscar, na lata de lixo, o que comer — os bancos continuam acumulando, e de forma criminosa, dinheiro e poder como nunca. O HSBC mundial, que ganhou do governo FHC o Banco Bamerindus, e que tem no Brasil o seu terceiro mercado mais lucrativo do mundo, teve que pagar quase 2 bilhões de dólares de multa, em acordo feito com o governo norte-americano, por ter, comprovadamente, lavado dinheiro do tráfico de drogas. Como se sabe, mesmo depois de ter pedido desculpas públicas pelo crime, o HSBC foi acusado, em março deste ano, de lavagem de dinheiro, evasão fiscal e remessa ilegal de recursos ao exterior pelas autoridades do governo argentino. Enquanto menos de um por cento dos seres humanos controlar, mediante sua riqueza, toda a população do mundo, a igualdade irá sendo empurrada cada vez mais para o futuro, e serão considerados nutridos os que ganharem cinco reais ao dia. 

Em 1973, quando o Muro de Berlim ainda dividia o mundo em dois blocos econômicos e políticos, o então presidente do Banco Mundial, Robert McNamara, disse que todas as nações deviam esforçar-se para acabar com a pobreza absoluta — que só existia nos países subdesenvolvidos — antes do novo milênio. Naquele momento os países ocidentais ainda davam alguma importância à política de bem-estar social, não só como um alento à esperança de paz dos povos mas, também, como uma espécie de dique de contenção contra o avanço do socialismo nos países do Terceiro Mundo. A Guerra do Vietnã, com seu resultado desastroso para os Estados Unidos, levou Washington a simular sua boa vontade para com os povos pobres. Daí o pronunciamento de McNamara. 

O novo milênio não trouxe o fim da miséria absoluta, embora tivesse havido sensível redução — mais em consequência do desenvolvimento tecnológico, com o aumento da produtividade de alimentos e bens de consumo primário, do que pela vontade política dos governos. 

Na passagem do século, marcada pelo desabamento das Torres Gêmeas, o FMI, o Banco Mundial — e a própria ONU — reduziram suas expectativas, prevendo, para 2015, a redução da pobreza absoluta à metade dos índices registrados em 1990. Em termos gerais, essa meta foi atingida cinco anos antes, em 2010. A extrema pobreza, que atingia 41,7% da população mundial em 90, caiu para 22% em 2008 — graças à fantástica contribuição da China e da Índia, conforme adverte Francine Mestrum, socióloga belga, em recente estudo sobre o tema. 

Por outro lado, o número absoluto de pobres na África Negra dobrou no mesmo período. A China que, pelo número dos beneficiados, puxou o trem contra a desigualdade, já chegou a um ponto de saturação. Com o seu crescimento reduzido, como se espera, a China levará muitos decênios para baixar o número de seus pobres absolutos à metade. 

Considera-se alguém absolutamente pobre quando tem a renda per capita inferior a US$ 1,25 por dia: mais ou menos R$ 2,50, ou seja, 75 reais ao mês. Esse critério é, no mínimo, cínico. É possível viver com esse dinheiro? Há quem possa: os trabalhadores das multinacionais nas tecelagens e confecções de Bangladesh e de outros países da Ásia do Sul não chegam a ganhar cinco reais ao dia. 

Trabalhadores das multinacionais nas tecelagens e confecções de Bangladesh não chegam a ganhar cinco reais ao dia 

O governo de Bangladesh, em seu portal, declara ser o país “de portas abertas“ (open door), com todas as garantias e vantagens legais aos investidores, principalmente nas zonas especiais de produção para exportação (Export processing zones). Em Bangladesh a privatização de empresas públicas chegou à perfeição, e a miséria dos trabalhadores, também — conforme a meta do neoliberalismo. 

Só há uma saída para o impasse: a mobilização política dos cidadãos de cada país do mundo, em uma organização partidária e ideológica nítida em seus princípios e objetivos e em sua ação coerente, a fim de colocar coleiras nos banqueiros. E será sempre salutar ver um banqueiro na cadeia, como está ocorrendo, menos do que é necessário, nos Estados Unidos.

DIALÉTICA

A revolução não é feita com fatos isolados

Analisar algo dialeticamente é lembrar 
que não se deve avaliar os fatos 
como algo “estático” (parado), 
pois para a dialética, tudo é movimento, 

POR BRUNO TORRES


A dialética pode ser entendida como um método de avaliação e analise da realidade. Podemos utiliza-la inclusive, em questões biológicas, em analises de fenômenos da natureza, e é claro, em fenômenos sociais, principalmente os que estão envolvidos com coisas concretas, como o trabalho humano e a produção, no campo da economia. 

Como método de analise, a dialética não pode olhar para os acontecimentos como fatos isolados. A mutualidade é algo presente em tudo. As substâncias se relacionam entre si, as células dos seres vivos se relacionam entre si, os órgãos dos animais se relacionam entre si, a economia mundo a fora se relaciona entre si, e assim sucessivamente. Algo que atinja uma via respiratória minha, provavelmente irá atingir o meu pulmão, assim como algo que tenha impacto na economia dos EUA terá impacto na economia do Japão e outros países. 

É compromisso daqueles que vão analisar algo dialeticamente, que não vejam um objeto de analise como algo isolado, mas sim, como algo mutual, que se relaciona com outros objetos e fatos, e que se algo influir nele influirá também nos objetos e fatos que se relacionam com ele. 

Nas nossas analises, também devemos considerar que todo objeto de avaliação se encontra em meio a contradições internas, que podem ser chamado de “luta dos contrários”. Em átomos, podem ser encontrados prótons e elétrons; em objetos maiores observa-se disso polos magnéticos inversos; na economia, observa-se as relações de produção e as forças produtivas, que uma hora a relação de produção pode estimular o desenvolvimento das forças produtivas, e em outra ele pode estimular o retrocesso das forças produtivas. 

É compromisso também, daqueles que analisam os objetos dialeticamente, que vejam os acontecimentos e objetos de avaliação como objetos que são em si, contradições internas na sua essência, ou que são frutos de outras contradições. A luta dos contrários na economia, inclusive, cria uma contradição derivada dela. Após as relações de produção estiverem se confrontando com as forças produtivas isso gerará uma crise de estrutura na economia, que daí se acirrará uma luta dos contrários derivada dela, que é a luta de classes, entre a classe dominante e a classe trabalhadora. Na conjuntura atual, essa classe dominante é a burguesia, e a classe trabalhadora somos nós. 



Devemos levar em conta também, que as transformações, isso é, as mudanças drásticas, não ocorrem por mera vontade de uma pessoa, ou por mero acontecimento isolado. Quando uma transformação qualitativa real vem a ocorrer, é porque pequenas mudanças vinham a se acumular até chegar um patamar insustentável. Podemos pegar o exemplo da água e do vapor. Para a água se tornar vapor, não basta esquentar minimamente por uns segundos o recipiente que contém a água, pois para ela vir a se tornar vapor, várias moléculas de água antes, tiveram que ser agitadas até a um ponto crucial, e o acumulo quantitativo das agitações de várias moléculas geraram a uma transformação qualitativa, que fez a água deixar de ser água, e se tornar vapor. 

Assim são as transformações sociais. Por exemplo, uma verdadeira mudança qualitativa na sociedade, não ocorrerá por mera boa vontade de um político eleito, mas sim pelo acumulo de mudanças quantitativas na sociedade, isso é, pelo acumulo de eventos, que juntos permitam uma mudança qualitativa maior, uma transformação, uma revolução. 

Uma pessoa que se compromete a analisar algo dialeticamente, também deve lembrar que ele não deve avaliar os fatos como algo “estático” (parado), pois para a dialética, tudo é movimento, tudo se mexe, nada é parado. Os átomos tem um “tempo de vida” que os faz decair e formarem outro tipo de átomo; nossas células sempre estão em constante mudança, sua essência pode ser a mesma, mas em questões de segundos, organelas da célula já tiveram partes substituídas por moléculas que entraram nela; os seres vivos nunca estão em uma forma biológica estática, eles sempre evoluem e estão sujeitos a mudanças no tempo; a sociedade humana sempre está sujeita a transformações ou revoluções sociais. 

“Tudo é movimento, nada é estático”, esse possivelmente, é o mais importante lema que deve ser considerando em toda e qualquer analise dialética. Tudo está sujeito ao movimento, e por consequente, está sujeito à mudança. Engana-se aquele que diz que “a sociedade não vai mudar, esse povo luta em vão”, isso é uma analise que não corresponde a realidade material. 

No capitalismo, essa regra também se aplica. A produção, circulação, e distribuição de mercadorias estão em constante movimento. É necessário o movimento de capital, na sociedade, para que o capitalismo não quebre. Esse é a principal razão pela qual devemos olhar os protestos e greves como “golpes” na produção de capital. Uma vez atingido esse “movimento econômico”, as relações produtivas capitalistas são golpeadas. A isso se deve a importância de greves e protestos para o movimento socialista, para golpear o capitalismo em algo crucial: no “movimento”. E é justamente o acumulo desses eventos e de pequenas mudanças, que atingem o capitalismo em pontos cruciais, que pode tornar o capitalismo insustentável, e nos ajudar a erguer o socialismo cientifico.

EDITA LEGAL